quinta-feira, 17 de março de 2011

Bretões e anglo saxões

BRETÕES

Os bretões (Breizhiz, Bretoned) são os integrantes de um  grupo étnico que habita a região da Bretanha, na França. Sua origem vem dos grupos de falantes do britônico que colonizaram a área, vindos do sudoeste da Grã-Bretanha em duas ondas migratórias ocorridas do século IV ao VI. O idioma tradicionalmente falado por eles é o bretão (Breizh), falado por aproximadamente 365.000 pessoas, dos quais 240.000 o falam com fluência, numa população total de 4.365.600 habitantes (janeiro de 2007) na região. O bretão é parente próximo dos dois outros idiomas britônicos existentes, o córnico (mais próximo) e o galê (mais distante). A região da Bretanha recebeu o nome em sua homenagem, e seu povo é considerado uma das seis nações célticas (outra minoria linguística também existe na Bretanha, os falantes do galo. De Adão ao dilúvio, foram dois mil e quarenta e dois anos. Do dilúvio a Abraão, novecentos e quarenta e dois. De Abraão a Moisés, seiscentos anos. De Moisés a Salomão, e à primeira construção do templo, quatrocentos e quarenta e oito. De Salomão à reconstrução do templo, que foi sob Dario, rei dos Persas, seiscentos e doze anos foram passados. De Dario ao ministério de nosso Senhor Jesus Cristo, e para o décimo quinto ano do imperador Tibério, foram quinhentos e quarenta e oito anos. Da paixão de Cristo completaram-se novecentos e quarenta e seis; da sua encarnação, novecentos e setenta e seis; sendo o quinto ano de Edmundo, rei dos anglos. O primeiro foi Júlio. O segundo, Cláudio. O terceiro, Severo. O quarto, Carino. O quinto, Constantino. O sexto, Máximo. O sétimo, Maximiano. O oitavo, outro Severo Equantio. O nono, Constâncio.


                                                          Arthur o bretão

Aqui começa a história dos bretões, editada por Marcos, o anacoreta, um santo bispo daquela gente.  A ilha da Bretanha deriva seu nome de Bruto, um cônsul romano. Observada de um ponto no sudoeste, ela inclina-se um pouco na direção do oeste, e na sua extremidade norte mede oitocentas milhas, e em sua largura duzentas (milhas).



ANGLO SAXÕES


 Roma ocupou a Bretanha, mas não a civilizou. Todo um equipamento militar deixa sem dúvida vestígios: estradas estratégicas, muralhas, cidades fortificadas onde se instalam colónias militares, mas, quando as legiões recuam para o Sul (a partir da segunda metade do século IV) e, depois, quando começam a deixar a ilha, em 407, a acção romana é em breve diluída e as cidades de Iorque, de Londres, de Lincoln, por algum tempo prósperas, entram rapidamente em decadência. O génio romano, por todo o lado conseguira impor a língua latina, falhou aqui; só os clérigos se recordarão da linguagem dos ocupantes. Mais ainda, é preciso reparar que nem todas as regiões montanhosas da Inglaterra sofre­ram essa ocupação; os Celtas conservaram ali às suas instituições e, à partida das últimas legiões, podiam pensar em reconquistar as regiões do Su­doeste. A invasão germânica não lhes permitiu levar muito longe essa reconquista.
Os Romanos tinham lutado durante muito tempo contra a resistência bretã, não sendo, pois, de espantar que esse povo não tenha aceita do a ocupação germânica. Pouco sabemos desta longa luta: as únicas fontes quase contemporâneas são uma passagem da Vida dos Germanos, de Auxerre, e um opúsculo moralizador do monge Gildas. Mas, se os factos faltam, as lendas abundam e, se entre os heróis da resistência o rei Artur é o mais popu­lar, está longe de ser o único. Confrontando textos históricos e lendários, parece que a conquista ger­mânica foi feita em duas fases.

Por volta de 450-500, os invasores instalam-se em pequenos grupos nas regiões orientais: os Jutos ocupam a ilha de Wight; os Anglos, as planícies ao Norte do Wasch (East-Anglia); os Saxões, o Essex e o Wessex. Nas regiões arborizadas na bacia de Londres e nas terras do centro habitam os Bretões. Na segunda metade do século VI e no século VII, os Germanos retomam a ofensiva e repelem os Bretões para o Oeste; Severn torna-se a linha fronteiriça e os planaltos da Cornualha e, o País de Gales são o refúgio das populações célticas.

Vencidos, os Bretões não aceitam o domínio dos Anglo-Saxões; mesmo nas regiões orientais, a fusão não se faz: nem uma palavra do britânico na língua anglo-saxónica, poucos nomes bretões na toponímia da Inglaterra, nenhuma mistura de povos. Além disso, mesmo depois da conversão religiosa dos Anglos-Saxões, os Bretões oporão a sua liturgia à dos Germânicos e as
relações entre as diferentes serão nulas ou hostis.
 
O início das realezas anglo-saxônicas
Instalados numa região que nada conservou da ocupação romana e onde os povos locais recu­sam a fusão, os conquistadores vão manter-se fiéis às instituições germânicas. Eis, enfim, povos que nenhuma influência vai contaminar e isto é para o historiador das “invasões bárbaras” um precioso testemunho. Infelizmente para ele, nada sabemos sobre o início das realezas anglo-saxónicas. Nesse ponto ainda as lendas nos descrevem a fixação dos primeiros reis do Kent, de Mercie ou de Nortúm­bria, mas a realidade dos factos escapa-nos e a história desses reinos começa a ser conhecida no século VII. Mas os historiadores ingleses não que­rem aceitar esta lacuna e, utilizando os dados da História Eclesiástica, de Bede (morto em 735), o Beowulf, primeiro poema em língua vulgar, e enfim as leis de Athelbert de Kent e de Ine de Wessex, tentaram reconstituir a sociedade anglo-saxónica do século VI. Fixemos alguns aspectos. Primeiramente, a anarquia política: enquanto os reinos bárbaros do continente conhecem muito rapidamente uma relativa unidade política e se pode falar do reino dos Francos ou dos Visigodos a partir do século VI, não existe reino anglo-saxónico unificado. 


Instalados em pequenos grupos isolados uns dos outros, os povos invasores vão formar principados independentes e inimigos. Não sabemos o seu número: falou-se da «heptarquia inglesa», mas, de facto, a Inglaterra divide-se, não em sete reinados, mas em dezasseis ou dezoito. Alguns deles, vão, sem dúvida, cres­cendo à custa dos vizinhos e podem-se distinguir, no fim do século VI, Bernicie e Deirie (Iorque), que formarão a Nortúmbria, ao sul do rio Humber a East-Anglia e Mercie (“marcha” contra os Bretões) e, por fim, os estados meridionais de Kent, Essex Sussex e Wessex.

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